(...) "Olha Olha!", disse ele com o entusiasmo de uma criança ao ver a feira popular com as suas luzes reluzentes a faiscar de forma estonteante. "Temos que lá chegar o mais rápido possível antes que desapareça!", berrou ele para o companheiro que, após uma longa caminhada, já nem sentia as pernas de tanta a dor que já era. (...) Após uma correria ofegante e estonteante feita por ambos os jovens, lá chegaram ao seu destino (...) não tinham palavras para aquilo que estavam a presenciar naquele momento: apenas desfrutavam de forma incerta...
O que ao longe parecia um pequeno ponto de luz como um pirilampo numa noite de verão, na realidade, ao perto, passava por ser uma luz irradiante como que de um anjo mandado pelos céus com asas compostas por pequenos fios de ouro cintilante se tratasse. "É só isto??", disseram numa unissonância os jovens esmorecidos e desiludidos com tal visão isto porque, de acordo com o velho sábio da aldeia, assim que fossem ao encontro do ponto luminoso no cume da montanha iriam encontrar o maior dos elementos da vida do ser humano, cobiçado e desejado por ele próprio.
Tendo ambos dito isto viraram as costas, e, de forma estrondosa, essa luz desencadeou uma enorme explosão fazendo-se desaparecer através do azul do céu daquele dia de solstício de Verão. A partir daí, ambos sentiram-se vazios, com grandes espaços por colmatar nos seus espíritos e nas suas próprias vidas; ficaram apenas à deriva da inexistência esperando por algo que partiu em meros segundos e que poderá, talvez, voltar num dia que nem eles próprios sabiam se existia.
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